domingo, 21 de fevereiro de 2010

Sua formação é tudo!!!

Dando uma pausa nos conteúdos, quero destacar um trecho da entrevista que o dono da Livraria Cultura concedeu à Folha on Line. Antes, para o meu gáudio e contentamento, o senhor Pedro Herz informa que Brasília receberá mais uma unidade da Livraria Cultura em abril ou maio deste ano.

Meus queridos, vocês que estão próximos a ingressar no ensino superior precisam ler com atenção o trecho abaixo. O que ele fala é muito sério e deve servir para uma profunda reflexão. Um diploma universitário por si só é pífio se não for acompanhado por uma boa formação geral.

Muitos ficam indignados comigo quando digo que aprender história não serve para nada. Você não vai ficar mais rico ou mais importante porque aprendeu história, mas se você aprendeu, com certeza vai passar a exibir uma cultura geral sólida e poderá enxergar o mundo longe das lentes do senso comum.

Há muito tempo, lá no século XIX, Castro Alves escreveu um poema chamado O Livro e a América. Nesse poema há um verso famoso que diz:

Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!

Leiam, meus caros! Leiam!

Abaixo o trecho da entrevista que quero destacar. A íntegra aqui.

Folha - O sr. vê algum novo nicho a ameaçar as vendas de livros nas livrarias?

Herz - A grande ameaça que existe é a não-formação de novos leitores. As famílias [ricas] que tinham cinco filhos há um século, hoje ou não têm nenhum ou têm um, no máximo dois. O número de leitores cresce pouco, se é que cresce. Se você pegar o universo da classe D, esse pai não tem orgulho nenhum do que faz, nem a mãe. Então a compra de um lápis significa para ele um investimento na educação de um filho. Acho isso extremamente bacana, é um raciocínio válido, mas sabemos que é insuficiente. O apagão do ensino taí, a dificuldade que temos de admitir gente é homérica. A gente aplica testes básicos dos básico de conhecimentos gerais razoáveis. A gente quer que o candidato leia jornais, uma revista, que seja atualizado. Você pergunta para ele quem escreveu "Dom Casmurro", metade levante e vai embora. E são todos universitários formados. E não sou o único que tem esse tipo de problema. Falei com outros empresários, de outras áreas, que têm exatamente o mesmo problema. Gente que não encontra engenheiros, que não encontra médicos. Veja o resultado do Enem. Está difícil acreditar. Esse crescimento anunciado é sustentado? Ou é um momento de paternalismo que está aí? Estou procurando gente [para as lojas] no Nordeste, tem gente que não quer ser registrada. Perguntamos por que, e dizem: "Ah, porque eu recebo a Bolsa [Família], minha mulher recebe a Bolsa. E a população cresce nesses lugares do Nordeste. E gente esclarecida que pode ter filhos está tendo cada vez menos, se é que está tendo. Conheço casais de amigos, leitores, muito bem casados, felizes, que preferiram não ter filhos.

9 comentários:

Anônimo disse...

"Se queremos melhorar a educação nacional, a primeira coisa que temos de fazer é tirá-la do controle de manipuladores e demagogos que não se educaram nem sequer a si próprios, a começar pelo sr. presidente da República, que se vangloria obscenamente de sua incapacidade de ler livros."

OdeC.

Anônimo disse...

Isso não tem acontecido "porque sim."

Faz parte do meticuloso plano de total imbecilização da sociedade. Agora, uma coisa é crucial notar quando se pensa em educar uma coletividade imensa, não se educa uma nação, sem antes formar uma elite intelectual sólida, coisa que não existe no Brasil há mais de 40 anos, mesmo tempo em que os níveis de intelectualização têm caido severamente.

Não se educa um povo de baixo para cima, educando as classes BAIXAS, mas se faz um movimento IRRADIADOR de CIMA PARA BAIXO.

O senso comum tem adotado meras expressões antropológicas regionais como cultura superior. Isso acontece de forma a inverter o processo de educação.

Se entende de cultura universal, aquela que abarca a totalidade cosmológica humana, de forma atemporal, esta é crucial se compreender, já que a sociedade civil tem suas bases nela, todos os direitos fundamentais humanos podem ser considerados apenas por este arcabouço, é onde está toda a liberdade e expressão humana LEGÍTIMA. Ela foi formada pelo Direito Romano, Moral Judaico-Cristã e Filosofia Grega.

O cidadão hoje têm sido doutrinado a aceitar mera manifestação antropológia à cultura universal e isso é total inversão de hierarquias, pois expõe facilmente a população à relativismos, vulnerabilizando-a.

A média está realmente baixa.

Para mim, na escola não é lugar para aprender música funk, mas ter acesso à cultura universal, não é que é errado apreciar este estilo, é que isso é manifestação inferior, eu sou sedento por cultura, quero ter acesso ao que é bom e aquilo que meus antepassados construiram com capricho para que eu aproveitasse uma vida mais completa, quero ter acesso à cultura grega clássica, aprender a pensar por mim mesmo, tudo isso é obra que dura por gerações e milênios, foi construida gradualmente. Esse valioso conhecimento foi acumulado e formado por gerações, não pode ser totalmente substituido por algo insipiente e imaturo. Eu mesmo gosto de algumas coisas que criticaria, mas eu posso, porque tomo conto da minha educação, me interesso pelo que é relevante, só ai poderei ter acesso ao "funk" sem me sujar dele.

O jovem hoje é formado a jamais ter acesso à cultura e formação realmente valiosa ,útil e atemporal, aquela que a cultura ocidental têm se firmado por 2000 anos. Ela tem sido atacada e demolida em apenas 40 anos. Ou seja, milhares de anos de obras da humanidade sendo radicalmente trocadas.

Então somos formados a nunca conseguirmos ler uma coisa um pouco mais elaborada, logo, não teremos acesso a ela. Então vc chega lá e aprende extensivamente essas manifestações, te dizem para não ter "preconceito lnguístico", aprende como é bonitinho o funk, aprende como é bonitinho ser igual e aceitar seus coleguinhas, tudo isso imbuido de uma aura mística e humanitária, então vc aprende a aceitar o zé mané da esquina, "ele fala assim porque é um coitadinho", ora, Jesus.
Somos literalmente privados arbitráriamente da educação superior.

Logo vc estará aceitando ser um perfeito imbecil e ainda batendo no peito e brandindo a voz. Deus tenha piedade.

Lembrando, não se pode cobrar do "zé-mané da esquina" essas coisas, sem antes educar o "doutor".


Pode comenar se quiser, professor.

Zé Costa disse...

Caro Kevin,

Para um professor é sempre motivo de satisfação quando um aluno se interessa pela própria instrução. Em todos os seus comentários fica clara a sua admiração pelo Olavo de Carvalho e pela sua obra mais famosa, O Imbecil Coletivo.

Quero adverti-lo, porém, que o autor é bastante polêmico e dono de uma verve um tanto agressiva o que lhe arregimenta uma legião de desafetos. Outra advertência importante é que admirar um autor não significa concordar sempre ou com tudo o que ele diz.

Tenho algumas divergências com o Olavo, mas admiro seu estilo direto e seu humor irônico e ácido.
Sugiro que você amplie seu leque de autores, mesmo aqueles que você tem certeza de que irá discordar, é muito importante para sua formação conhecer outros autores.

Uma sugestão é o Alexis de Tocqueville, francês do século XIX que escreveu o famoso Democracia na América. Esse, eu acho, você deve gostar.

Um abraço.

Anônimo disse...

"o autor é bastante polêmico e dono de uma verve um tanto agressiva o que lhe arregimenta uma legião de desafetos."

Caro professor, noto uma reação recorrente ao autor em questão.
Como aluno quero esclarecer o que ocorre na minha mente.

"o autor é bastante polêmico e dono de uma verve um tanto agressiva o que lhe arregimenta uma legião de desafetos."

Isso o confere teor negativo?
Se ele age assim, é porque a natureza da situação pede.

Somos acostumados a eufemizar em demazia, isso tira de foco a própria realidade das questões. O senhor ja conhece o "politicamente correto".

A forma de falar "agressiva" que vc diz, creio, é somente um reflexo desse pensamento.

Não existe forma de falar "agressiva" quando se quer expor a realidade e menos ainda medo de desafetos. O que acontece hoje é que muitas vezes ela é acida, e dificil de aceitar, inclusive, uma das reações primarias é a negação.

Se leio Olavo, não é que vou concordar com tudo, essa não é a questão. É que tudo que ele fala já tinha construido intuitivamente, por isso a identificação com o autor.

Isso eu construi com a simples observação e intuição simples durante os anos de minha vida, encontrei no autor um eco de mim mesmo. A intuição e observação direta, dizem alguns filósofos, foi como melhor construiram seus pensamentos e fizeram grandes obras para a humanidade. Concordo com essa afirmação pois experimentei isso desde pequeno e conclui que é a forma mais natural de pensar. Mas isso eu não sabia, não tinha lido de nenhum autor, simplesmente fazia.

Agradeço a recomendação, preciso ler é muito mesmo, porque sequer ainda li as obras clássicas gregas como Aristóteles.

Se digo algumas coisas com contundência, é porque a realidade da situação o é, e pode ser constatada pela observação, não se trata de conjunturas transcendentais ou influências externas mirabolantes.

Anônimo disse...

Ah, eu não disse que sou Kevin, mas.... vá lá, professor, não vou negar não rrsrss....

Anônimo disse...

Complementando: o que procuro é a experiência metafísica profunda e creio que qualquer um é capaz de fazê-la...

Digamos que, na época dos primórdios da filosofia, se ninguem tivesse essa atitude, ela não existiria, pois não havia conteúdo anterior em que "se basear". Foi tudo construido de maneira natural e espontânea, isso se chama metafísica e não é lá tão mirabolante.

Temos que afastar esse senso comum de que o pensamento tem que ser construido pendurado em autores, cada um pode ser o próprio, original.

Só para esclarecer mesmo, não quero tirar a responsabilidade de eu mesmo ler, porque estaria desconsiderando o que já foi alcançado e aí ja estaria caindo no que critico.

Anônimo disse...

Professor, gostaria de lhe oferecer essa distinta obra de Mario Ferreira dos Santos: A Invasão Vertical dos Bárbaros.


Download: http://www.4shared.com/file/199716302/a00f730a/MFdS_-_Invaso_Vertical_dos_Brb.html



Eis alguns dos assuntos que o livro traz:
-A disseminação do mau-gosto
-A valorização da horda, do tribalismo
-Invasão vertical dos bárbaros na sensibilidade e na afetividade
-A valorização do inferior
-A valorização do criminoso
-A acentuação da repetição
-Os credos primitivos
-O barbarismo e a intelectualidade
-A desvalorização da inteligência
-A luta contra a universalização do conhecimento
-A desvalorização da vontade
-Palavras esvaziadas
-Diálogo de surdos
-Os ismos
-Os negativistas
-Cientismo ingênuo
-Ideias sociais primárias

O livro foi publicado na metade do séc.XX, sua importância é que muito do que foi descrito nesta época está ocorrendo neste momento.

Anônimo disse...

"Não é evidente a intenção de explorar o que há de mais baixo no homem? Não assistimos a mais desenfreada especulação nos baixos valores humanos para satisfazer a curiosidade e o interesse de multidões brutalizadas, barbarizadas por essa ação desintegradora?
Que é exaltado, o merecido, o acentuado, se não tudo quanto aponta ao inferior, ao medíocre, ao horizontal?"

Mario Ferreira dos Santos.

Nathália Macêdo disse...

professor, você poderia colocar a metéria do simulado aqui ??
acharia melhor de você, porque na internet eu nao confio muito nao
Obrigada