sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

I Guerra Mundial - antecedentes 2


O mapa que inicia o post ilustra a extensão máxima do outrora poderoso e ameaçador império turco-otomano. Observe que os domínos dos turcos, de religião islâmica, estendia-se por boa parte da Europa oriental - região dos bálcãs - além do norte da África e do Oriente Médio.

Nos séculos XVI e XVII os turcos eram uma verdadeira ameaça aos reinos europeus que a muito custo detiveram a expansão dos otomanos para o oeste do continente europeu. Contudo, no século XIX, o império turco enfrenta uma série de crises internas, além de revoltas nas regiões que estavam sob o seu domínio e inicia um processo de enfraquecimento que vai se acentuar no final do século XIX e início do século XX.

Após a I Guerra Mundial (1914-1918) ocorre o esfacelamento do império, transformando as regiões do oriente médio que estavam sob domínio turco, em protetorados das potências europeias vencedoras do conflito, principalmente a França e a Grã-Bretanha.

Observe mais uma vez o mapa, comparando-o com os mapas do post abaixo, e perceba que a dimunição do império turco-otomonao foi gradual. Ainda no século XIX eles foram derrotados no norte da África e foram perdendo territórios na região dos bálcãs.


No final do século XIX os bálcãs (mapa acima) constituiam-se na parte mais turbulenta da Europa. Muitos historiadores refrem-se a essa região na época como um barril de pólvora, tamanho era o seu potencial explosivo. Não foi à toa que o evento que desencadeou a I Guerra Mundial - o assassinato do herdeiro do trono austro-húngaro, Francisco Ferdinando e de sua mulher, Sofia, ocorreu na capital da Bósnia, Sarajevo. Veja o mapa abaixo.

Havia na região dos bálcãs um desejo crescente, marcado pelas ideias nacionalistas, de livrar-se do domínio turco-otomano, formando nações livres e independentes. Por conta disso, diversos conflitos no final do século XIX e início do século XX ocorreram nessa região, sempre buscando a independência em relação aos turcos ou a expansão territorial dos reinos que já haviam obtido a independência.

A principal razão de a região dos bálcãs ser um foco de constantes conflitos e tensões, deve-se, sobretudo, aos diversos interesses das potências na região. Entre esses interesses podemos destacar os interesses da:

Rússia - Aliada do reino da Sérvia, o império russo era inimigo do império turco otomano, sobretudo por causa do controle dos estreito de Dardanelos e do Bósforo que estavam sob o controle otomano. Dessa forma, a política dos czares era o de apoiar as pretensões de povos que quisessem libertar-se do domínio turco, daí a aproximação dos russos com os sérvios, que defendiam a formação de um país eslavo na região. Esse projeto liderado pela Sérvia e apoiado pelos russos ficou conhecido com pan-eslavismo.

Áustria-Hungria - Inimigos históricos dos turcos, o império austro-húngaro aproveitou-se do enfraquecimento desse império na região dos bálcãs e, em 1908, anexou a região da Bósnia-Herzegovina, o que irritou os nacionalistas sérvios, uma vez que tal anexação era uma ameaça ao projeto do pan-eslavismo. A partir de então, o clima entre a Sérvia e a Áustria-Hungria foi ficando mais tenso.

Alemanha - O imppério alemão que apresentava um vigoroso crescimento industrial desde a década de 1880, ameaçando a hegemonia britânica no continente, pretendia, com o apoio da Áustria-Hungria e do império turco, construir uma ferrovia ligando Bagdá a Berlim, e assim ter acesso mais rápido e barato aos campos de petróleo do oriente médio. Essa possibilidade preocupava a Grã-Bretanha que temia um fortalecimento ainda maior do império alemão.

Numa época em que os aliados dos meus inimigos, meus inimigos são, os alemães despertaram rancores na Rússia e na Sérvia, uma vez que era aliado dos austro-húngaros e dos turcos.

No dia 28 de junho de 1914, na cidade de Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, um terrorista sérvio, da organização Mão Negra, aproximou-se do carro onde estavam o arquiduque Francisco Ferdinando e sua esposa, Sofia, desferindo contra ambos, tiros de pistola, matando-os.

Esse atentado acabou movimentando as engrenagens dos blocos de alianças (Triplice Aliança e Tríplice Entente), e um mês depois, a Europa estava em Guerra.

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