terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O Imperialismo - Parte 1

No final do século XIX ocorreu uma transformação no sistema capitalista caracterizada pela criação de empresas gigantescas que detinham o monopólio nas suas atividades econômicas. É o que se convencionou chamar de capitalismo monopolista. Foi nessa fase do capitalismo que ocorreu o que os historiadores de linha marxista denominaram de Imperialismo.

Uma das formas mais simples para explicar o termo imperialismo é dizer que foi o domínio de potências fortemente industrializadas sobre regiões do planeta não industrializadas. Esse domínio se deu através dos investimentos maciços de capital feitos pelas empresas monopolistas nessas regiões.

Outro aspecto importante do domínio imperialista foi a criação de colônias - sobretudo na África e na Ásia - cuja finalidade era servir de mercador consumidor de suas metrópoles e fornecer matéria -prima para as potências que as dominavam.

Abaixo, duas imagens que ilustram os dois parágrafos acima: (a partilha da África e a disputa territorial da China)




O imperialismo foi consequência direta das ações do capitalismo monopolista que, por sua vez, era exercido por empresas gigantescas, apoiadas pelo governo de seus países e que passaram a atuar em várias partes do mundo.

Mas em que contexto essas empresas enormes surgiram?

A Segunda Revolução Industrial.

Por volta de 1860, a Revolução Industrial, iniciada um século antes na Inglaterra, já havia se expandido para outros países europeus como a França, a Bélgica, a Itália e a Alemanha; e chegado até aos Estados Unidos. Por essa época, a descoberta de novas formas de energia e de novas tecnologias impulsionaram a produção industrial e o nível de consumo. Como exemplos dessas novas descobertas e tecnologias podemos citar:

1- motores a combustão;
2 - motores elétricos;
3 - Indústria Siderúgica
4 - Indústria de Máquinas Pesadas
5 - Indústria Química

Esses exemplos provocaram o que os especialistas denominam de Segunda Revolução Industrial. Caracterizada pela criação de empresas monopolistas, pelo aumento na produção industrial e pelo aumento no nível de consumo.

Outro dado fundamental para a compreensão do imperialismo é entender as consequências do aumento demográfico na Europa a partir de 1870.

O crescimento populacional europeu, em tese, atendia à necessidade de expansão do consumo, sobretudo num ambiente de grande produção industrial. No entanto, o nível de consumo da população europeia não atendeu à capacidade de produção das fábricas, causando um desequilíbrio no sistema.

Com o aumento da mecanização nas indústrias e a utilização de novas formas de energia, dando ganho de produtividade e diminuindo a demanda por operários, houve um significativo aumento do desemprego na Europa entre os anos de 1873 e 1885. Não é por acaso que nesse período ocorreu, para diversas partes do mundo, um enorme fluxo migratório da população europeia. Estima-se que entre 1834 e 1914, cerca de 60 milhões de europeus deixaram seu continente e migraram para a Ásia, a América, a África e a Oceania. Desse total, os Estados Unidos receberam a maior quantidade de imigrantess, cerca de 34 milhões entre 1834 e 1914.

Resolvido o problema do crescimento demográfico com a imigração, outro problema a ser resolvido pelos governos europeus em consonância com os interesses das empresas monopolistas, era o de encontrar novos mercados consumidores para os produtos industriais europeus e novas fontes de matérias-primas. É na busca da solução desse problema que ocorre o investimento maciço das empresas monopolistas nas terras africanas e asiáticas. O interesse das potências imperialistas pelo continente africano e asiático explica-se por essa razão, isto é, essas regiões deveriam se tornar - como se tornaram - mercado consumidor de produtos industrializados europeus e fonte de matéria-prima. para as indústrias europeias. Quanto mais territórios essas potências dominassem maiores seriam os lucros. A consequência era óbvia: rivalidade entre as potências imperialistas.

O Imperialismo - Parte 2

O Nacionalismo, ideologia que marcou profundamente os países europeus no século XIX e XX, e que impulsionou as Guerras de Unificação da Itália e da Alemanha também contribuiu para as rivalidades entre as potências imperialistas e para as desconfianças mútuas entre elas. Grosso modo, o nacionalismo buscava difundir entre os povos o "orgulho nacional". Para difundir esse orgulho nacional era fundamental a expansão econômica, o que naquele contexto significava a expansão imperialista. Desse modo, disputas econômicas entre empresas monopolistas de países rivais transformaram-se em disputas políticas, tendo como pano de fundo o nacionalismo.

Quando no final do século XIX a Alemanha começou a obter um significativo crescimento industrial tornando-se uma ameaça à hegemonia britânica na Europa, iniciou-se entre essas duas potências uma forte disputa econômica que ganhou contornos políticos com o discurso nacionalista de seus governantes. Em síntese: O nacionalismo difundiu entre as nações europeias a crença no orgulho nacional e pretensões de grandeza nacional. Disputas econômicas entre empresas monopolistas se transformaram, pela ação dos governantes que adotaram um discurso nacionalista, em disputas entre nações.

A CONFERÊNCIA DE BERLIM

No post anterior, há um mapa do continente africano onde se vê a partilha da África pelas potências europeias. Essa partilha foi decidida entre 1884-1885, na Conferência de Berlim. Nessa conferência, havia 14 países europeus, mais os Estados Unidos.

O objetivo principal da Conferência de Berlim era o de evitar conflitos armados entre as potências pelos territórios africanos.

Observando o mapa, fica claro que França e Inglaterra foram as principais beneficiadas dessa partilha, o que causou um forte descontentamento na Alemanha e na Itália. Ou seja: a conferência que tinha como finalidade resolver conflitos e encerrar a disputas por colônias na África não alcançou o seu objetivo.

A partilha da África pelas potências na Conferência de Berlim não levou em conta as particularidades das populações do continente. Dessa forma, a partilha arbitrária do território africano criou situações potencialmente perigosas, como a presença de etnias rivais num mesmo território colonial. Enquanto houve o domínio imperialista, essas etnias foram mantidas, pelo uso da força, sob controle. Após o processo de descolonização do continente, após a Segunda Guerra Mundial (1945), os ódios seculares entre essas etnias se manifestaram com fúria.

A MISSÃO CIVILIZADORA OU O FARDO DO HOMEM BRANCO.

Hoje em dia causa-nos indignação a ideia de que existam raças ou povos superiores aos outros. Aliás, os avanços na genética já comprovaram que o conceito de raça não se sustenta cientificamente. Mas no final do século XIX as teorias racistas foram bastante aceitas. Segundo esses teóricos, a raça branca - europeia - era, pelas conquistas tecnológicas e pelos avanços científicos, superior às demais raças. Baseadas nessa crença, as potências imperialistas legitimavam o domínio sobre o território africano e asiático com o argumento de que estariam levando o progresso e o desenvolvimento, enfim, estariam levando a civilização a povos inferiores e atrasados. Essa crença ficou conhecida como missão civilizadora ou o fardo do homem branco.

Aqui, você pode assistir a um filme antigo que se passa no contexto da Partilha da África.

sábado, 3 de dezembro de 2011

ERA PRECISO ESCLARECER

Nunca escrevi um texto com o objetivo de buscar o aplauso ou os encômios que muitas vezes revelam mais a amizade que um leitor pode sentir por mim, do que a concordância com as ideias que defendo.

Nunca pautei minha postura em sala de aula pela fanfarronice que se interessa mais pela bajulação dos alunos, como se o professor fosse uma criatura carente que se não tiver da parte dos pupilos alguma demonstração de afeto, entra em depressão. Não quero alunos infantilizados. Quero alunos que crescam e que progridam intelectualmente. Crescer e progredir exige de todos nós maturidade para receber admoestações e, se for o caso, refutá-las com argumentos consistentes.

Nunca me escondi no anonimato. Nunca deixei de dizer o que penso. Logo eu, cuja marca é defender ideias que a maioria discorda, quando não, abomina. Por que me faltaria coragem para dirigir a quem quer que seja minhas duras críticas? O que eu deveria temer?

Na escola onde fui formado, eu e os meus colegas ouvíamos dos professores as reprimendas mais duras - aquelas que feriam os nossos brios e que nos deixavam enraivecidos - mas que reconhecíamos, e talvez por isso machucasse mais, que elas tinham sido justas. Eu e tantos colegas devemos o muito do que somos hoje como pessoas e profissionais aos professores que não se furtaram de tocar na ferida para nos fazer perceber onde estávamos errando.

E por que estou escrevendo esse post? Para tentar esclarecer a alguns meninos e meninas da turma 304 - pessoas de quem sempre gostei, e não preciso ficar aqui provando o meu apreço por ninguém - que onde eles enxergaram críticas e uma opinião negativa, havia tão-somente a percepção sincera que tive da turma. Não seria muito mais fácil e cômodo fazer rasgados elogios para ver na carinha deles um sorriso de júbilo? Seria. Mas se fizesse isso, eu não seria quem sou.

Não é prova de respeito e admiração dizer que eles - na verdade, a maioria da turma, porque sempre há exceções - poderiam ter sido bem melhores se tivessem levado o ano letivo com muito mais seriedade? Menti? Será que aqueles que se ofenderam com essa observação a ponto de dizer que odiavam hipocrisia foram, como estudantes, o que poderiam ter sido? Mostraram, em 2011, no 3° ano, todo o potencial que possuem? Não lembrei no texto que escrevi que quando eles mostrarem o que podem fazer a qualidade que eles têm vai ficar evidente? Onde estava a ofensa?

A única razão que eu vejo para a reação irascível é que alguns estavam esperando elogios, panegíricos, e como não encontraram, não perceberam que, ao adverti-los, dizendo que nesse ano eles decidiram não estudar tanto quanto podiam e deviam, isso era uma forma de mostrar todo o meu apreço por eles. Ficaram tão cegos pela raiva - injustificada, insisto - que sequer leram o meu reconhecimento de que estudando com compromisso eles ficariam entre os melhores. Indignados, alguns decidiram me dirigir impropérios que me feriram porque em nenhum momento os ofendi.

Meu Deus, será que não leram o meu texto? Havia algum menoscabo? O que foi o texto se não um grande incentivo aos formandos nessa nova etapa?

Lamento muito que alguns, talvez de forma apressada, tenham entendido o oposto do que eu disse.


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Aos meus caros alunos do 3° ano do Ensino Médio do La Salle.

Senhores, boa noite.

Daqui a um pouco, todos vocês passarão pelas solenidades que marcam o fim de um ciclo que começou há muitos anos e que, em 2011, se conclui. Nesses momentos de conclusão de um ciclo, é sempre importante fazermos um balanço de nossa vida; ainda que, no caso de vocês, haverá ainda - se Deus quiser - muito o que se viver.

Talvez vocês tenham esquecido, mas já houve momentos em que muitos de vocês vacilaram diante das dificuldades. Já houve momentos em que os problemas pareciam tão grandes que enfrentá-los seria apenas perda de tempo. E não foi. Porque ninguém avança sem enfrentar dificuldades. Olhem para trás e digam para si mesmos se aquela dificuldade que lhes parecia instransponível impediu vocês de chegarem até aqui. Portanto, meus caros, coragem! Se vocês já venceram antes, por que não poderiam vencer depois?

Em momentos como esses, é clichê desejar a vocês que realizem os seus sonhos e conquistem as vitórias que tanto almejam. Vou tentar fugir um pouco desses clichês. Quero lhes desejar outras coisas.

Quero lhes desejar perseverança! Sem ela, todos os sonhos e todas as vitórias se perdem na poeira do tempo.

Quero lhes desejar confiança! Quem não acredita em si, nas próprias potencialidades, não consegue chegar aonde sempre desejou. Confiança em si não é arrogância. Confiança em si é saber que mesmo caindo, ou perdendo, vocês sabem que podem vencer.

Quero lhes desejar, finalmente, disciplina! Sem disciplina a perseverança se fragiliza e a confiança perde o sentido. Disciplina e manter o foco. Disciplina é traçar um caminho e segui-lo. Disciplina é cumprir o que cada um se prontificou a fazer para atingir a sua meta.

Perseverança, Confiança e Disciplina! Sem elas qualquer sonho é impossível. Sem elas qualquer vitória é improvável!

Nossa maior vitória como professor é vê-los encaminhados na vida. É alimentar a esperança de que o sucesso de vocês é também um pouco o nosso sucesso. Ser professor é, em certa medida, realizar-se no seu aluno. Que professor não se enche de orgulho quando fica sabendo que um ex-aluno - que um dia vestiu uniforme; esqueceu de fazer a tarefa; que venceu uma dificuldade; que fez traquinagem, enfim, que foi aluno - hoje é um profissional respeitado! Serei ainda mais ousado: quanto mais o aluno superar o professor, mais o professor deve ter orgulho do seu trabalho. Por isso, meus caros, lanço-lhes um desafio: superem-nos! Sejam melhores do que fomos, e quando chegar a vez de vocês, façam daqueles que estiverem sob suas responsabilidades, pessoas melhores do que vocês foram.


domingo, 20 de novembro de 2011

Para os estudantes que estudam!

20/11/2011
às 7:37

Alunos da Unirio, da USP e de todo o Brasil, vejam como os esquerdistas de butique seqüestram o seu futuro, mas têm o deles garantido. Espalhem este post!

Alunos da Unirio, da USP e de todo o Brasil, leiam este post. Se acharem que ele diz a verdade, espalhem! E votem na liberdade!

Desde que eu participei do movimento estudantil, a realidade é a mesma: esse rapazes e moças de extrema esquerda que vocês vêem desfilando pela universidade, muitos deles com suas roupas CUIDADOSAMENTE ESQUISITAS, com aquele estilo mulambento-fashion e o cabelo RIGOROSAMENTE DESPENTEADO — uma coisa, assim, “Luan Santana leninista” —, essa gente, na sua maioria, vem de famílias abastadas, cheias da nota. PODEM LUTAR PELA REVOLUÇÃO QUE NUNCA HAVERÁ PORQUE SEUS PAIS JÁ ACUMULARAM PATRIMÔNIO POR ELES E PARA ELES.

Alunos da Unirio, da USP e de todo o Brasil, a esmagadora maioria dos “comunistas” que vocês conhecem na universidade é composta de pessoas muito mais ricas do que vocês. Eles têm uma “desculpa” histórica para isso: Lênin era filho de um alto funcionário público da burocracia czarista, e o pai de Trotsky era da aristocracia rural. Stálin, o assassino profissional, era filho de sapateiro — daí que os trotskistas em particular detestem essa conversa de debater a origem social dos “revolucionários do toddynho”. Eles acham que revolucionário pobre acaba fazendo cagada! E acham que o não-revolcionário pobre é só um arrivista que quer subir na vida! Como não precisam disso, então cuidam da “revolução”, entenderam?

Pensem bem: na opinião de vocês, qual a chance de o Brasil passar por uma revolução socialista nos moldes que eles imaginam? Zero!!! LOGO, A LUTA DELES NÃO TEM FUTURO, MAS O FUTURO DELES ESTÁ GARANTIDO. Vão ficar alguns anos nessa brincadeira, com seus papais e mamães acompanhando tudo a uma prudente distância, e depois voltam para os braços da “burguesia” que dizem detestar. Assumirão os negócios da família, a administração de seu patrimônio etc. E pronto!

Mas e vocês? E vocês que realmente dependem da conclusão do curso para ter uma vida mais confortável? E vocês que, já hoje, só estudam porque trabalham para se manter? E vocês que não têm tempo para participar de suas assembléias intermináveis, plenárias intermináveis, reuniões intermináveis? Vocês não têm para onde correr. São vocês por vocês mesmos! Não estão na universidade para torrar alguns tostões do patrimônio familiar. Ao contrário! Ainda precisam construir o seu próprio patrimônio para poder dar uma vida mais confortável do que tiveram a seus filhos.

É justo que essa gente fique tiranizando a universidade porque já está com a vida garantida? É justo que essa gente fique promovendo greves e invasões, ameaçando o seu futuro? Vocês estão dispostos a perder o ano porque PSOL, PT, PCO, PCdoB ou sei lá quem decidiram que a universidade é só um lugar para eles aplicarem os princípios dos seus respectivos partidos? Deve haver um ou outro militantes pobres! Mas são exceções. O Globo publicou uma reportagem com alguns pais de invasores da Reitoria da USP que foram detidos. Um é um empresário bem-sucedido. Outro é engenheiro. Três outros são professores que exercem cargos importantes nas universidades em que atuam.

Durante a invasão da Reitoria, VEJA flagrou dois “revolucionários” deixando o prédio por alguns instantes. Foram tomar um banhinho em casa, comer a papa na mama, para voltar em seguida. Um deixou o prédio num Polo sedan; outro saiu num Kia Soul estalando de novo! Nota: a invasão da Reitoria foi promovida por seitas de extrema esquerda. Trotsky ao menos rompeu com a família e passou um tempo morando num quintal de um jardineiro. Os Lênines e Trotskys da USP, da Unirio ou da UnB não abrem mão do conforto. E não cobre nada deles, hein? Dirão que são a favor de Kia Soul para todo mundo!!!

Vocês, estudantes que estudam; vocês, estudantes que trabalham e estudam, vocês todos são reféns de gente que está com a vida ganha e que apenas está a fim de exercer por algum tempo seus hormônios revolucionários. Se eles perderam um ano, tanto faz! Na hora de disputar o mercado de trabalho, não raro, o paizão mobiliza um pistolão e dá uma ajudinha. Já vocês terão de se virar por conta própria.

Mas eles não têm dúvida: os reacionários são vocês!
Mas eles não têm dúvida: os conservadores são vocês!
Mas eles não têm dúvida: os alienados são vocês!

Notem que, em certa medida, eles têm razão. Explico-me. Há mesmo uma “luta de classes” nas universidades públicas: entre os pobres que querem estudar porque precisam construir o futuro e os ricos que querem fazer a revolução porque seu futuro já está garantido por seus respectivos papais reacionários.

Pensem nisso!
Vote, maioria silenciosa da Unirio!
Vote na qualidade do seu curso!
Vote por uma “Unirio Livre” dos burguesotes de extrema esquerda!
E que, de fato, o movimento em favor da liberdade ganhe o país.
Por Reinaldo Azevedo