Esta semana vamos estudar a Crise de 29, fato que provocou a maior crise da história do capitalismo. Conhecer e analisar as causas e efeitos dessa crise será a nossa tarefa nas próximas aulas.
Como introdução ao tema, republico um artigo que escrevi há um ano para o jornal Correio Lassalista, quando se imaginava que a crise no sistema financeiro dos Estados Unidos provocaria o fim do capitalismo. Instado a me posicionar sobre o tema, escrevi o artigo abaixo.
14 Maio, 2009 A Crise e o fim do capitalismo.*
Está em O Capital a previsão de que o futuro da humanidade, inevitavelmente, seria o socialismo. Ainda hoje, mesmo após a Queda do Muro de Berlim e do colapso do socialismo no início da década de 1990, não é difícil encontrar pessoas que ainda crêem nesse dogma de fé.
É oportuno lembrar que nos idos de 1992, o cientista político norte-americano Francis Fukuyama, já afirmava no seu livro mais polêmico: O Fim da História e o Último Homem que o futuro da humanidade estava justamente na democracia liberal e, claro, no único sistema econômico compatível com esse regime político: o capitalismo.
A razão de iniciar esse artigo fazendo essas lembranças é simples: não foram poucos, no Brasil e em outras terras, os que viram na crise econômica atual a “consumação dos séculos” do credo marxista. “Chegou ao fim a era do neoliberalismo.” Foi uma frase ouvida em diversos idiomas e pronunciada por presidentes, ministros, economistas, jornalistas e intelectuais. Outros, mais afoitos, certamente em transe, divisaram, na crise atual, o romper de uma nova aurora em que o socialismo iria se impor num mundo carcomido pela ganância capitalista. E, no entanto, mais uma vez, e para a sorte da humanidade, essas cassandras às avessas erraram.
A crise financeira atual, certamente a mais grave desde a Crise de 29, não é, como a de 29 não foi, o último suspiro do capitalismo. A crise atual, como a de 29, vai passar por um período de ajuste onde o Estado terá um papel importante, mas não preponderante. Os indolentes, sempre prontos a repetir o que ouvem, mas quase nunca dispostos a folhear alguns livrinhos básicos, apegam-se ao socorro do Estado às instituições financeiras em crise como se isso fosse uma prova cabal do fracasso do sistema liberal-capitalista. Esquecem ou desconhecem – porque não se deve subestimar a ignorância dessas pessoas – que o Estado é chamado a intervir porque a não intervenção agrava os efeitos da crise, punindo o lado mais vulnerável: o dos correntistas. O não-socorro aos bancos certamente provocaria um colapso no sistema de crédito o que afetaria o setor produtivo provocando um desemprego em massa, reduzindo drasticamente o consumo e, aí sim, teríamos uma situação semelhante à da Grande Depressão.
A intervenção do Estado, portanto, tem um propósito: reequilibrar o sistema, e não, aboli-lo. Até porque, o crescimento dos últimos anos que atingiu os países ricos, mas também os emergentes como o Brasil e a China, ocorreu graças a essa política de crédito farto e de exigências frouxas na concessão de empréstimos que contaminou o sistema financeiro mundial. A bolha explodiu, mas antes, quando ela se inflava, muitos ganharam e enriqueceram. Justamente os que mais ganharam e enriqueceram com o período de prosperidade são os que mais estã sofrendo agora.
O mundo pós-crise terá mais controle do Estado no sistema financeiro, mas o Estado, para tristeza de muitos, não dirigirá a economia daqui para frente, porque a história já provou que esse modelo não gera riqueza e a única igualdade que produz é a da miséria e a do atraso.
* Artigo escrito para o Correio Lassalista, publicação trimestral de Centro Educacional La Salle, Brasília - DF.
É oportuno lembrar que nos idos de 1992, o cientista político norte-americano Francis Fukuyama, já afirmava no seu livro mais polêmico: O Fim da História e o Último Homem que o futuro da humanidade estava justamente na democracia liberal e, claro, no único sistema econômico compatível com esse regime político: o capitalismo.
A razão de iniciar esse artigo fazendo essas lembranças é simples: não foram poucos, no Brasil e em outras terras, os que viram na crise econômica atual a “consumação dos séculos” do credo marxista. “Chegou ao fim a era do neoliberalismo.” Foi uma frase ouvida em diversos idiomas e pronunciada por presidentes, ministros, economistas, jornalistas e intelectuais. Outros, mais afoitos, certamente em transe, divisaram, na crise atual, o romper de uma nova aurora em que o socialismo iria se impor num mundo carcomido pela ganância capitalista. E, no entanto, mais uma vez, e para a sorte da humanidade, essas cassandras às avessas erraram.
A crise financeira atual, certamente a mais grave desde a Crise de 29, não é, como a de 29 não foi, o último suspiro do capitalismo. A crise atual, como a de 29, vai passar por um período de ajuste onde o Estado terá um papel importante, mas não preponderante. Os indolentes, sempre prontos a repetir o que ouvem, mas quase nunca dispostos a folhear alguns livrinhos básicos, apegam-se ao socorro do Estado às instituições financeiras em crise como se isso fosse uma prova cabal do fracasso do sistema liberal-capitalista. Esquecem ou desconhecem – porque não se deve subestimar a ignorância dessas pessoas – que o Estado é chamado a intervir porque a não intervenção agrava os efeitos da crise, punindo o lado mais vulnerável: o dos correntistas. O não-socorro aos bancos certamente provocaria um colapso no sistema de crédito o que afetaria o setor produtivo provocando um desemprego em massa, reduzindo drasticamente o consumo e, aí sim, teríamos uma situação semelhante à da Grande Depressão.
A intervenção do Estado, portanto, tem um propósito: reequilibrar o sistema, e não, aboli-lo. Até porque, o crescimento dos últimos anos que atingiu os países ricos, mas também os emergentes como o Brasil e a China, ocorreu graças a essa política de crédito farto e de exigências frouxas na concessão de empréstimos que contaminou o sistema financeiro mundial. A bolha explodiu, mas antes, quando ela se inflava, muitos ganharam e enriqueceram. Justamente os que mais ganharam e enriqueceram com o período de prosperidade são os que mais estã sofrendo agora.
O mundo pós-crise terá mais controle do Estado no sistema financeiro, mas o Estado, para tristeza de muitos, não dirigirá a economia daqui para frente, porque a história já provou que esse modelo não gera riqueza e a única igualdade que produz é a da miséria e a do atraso.
* Artigo escrito para o Correio Lassalista, publicação trimestral de Centro Educacional La Salle, Brasília - DF.
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