domingo, 26 de janeiro de 2014

Duas Pinturas e a mesma ausência.



Em dois importantes momentos da história do Brasil, o povo passou ao largo. Haverá quem radicalize, com alguma razão, dizendo que não apenas em dois, mas em muitos outros momentos importantes da história brasileira o povo não teve uma participação decisiva. Todavia, em duas ocasiões definidoras de nossa história política, essa ausência do povo, ou se preferirem, das massas foi retratada em pinturas. Refiro-me, é claro, aos famosos quadros Independência ou Morte, conhecido também como Grito do Ipiranga, de Pedro Américo, de 1888; e Proclamação da República, de Benedito Calixto, de 1893. Em ambos, a mesma necessidade de exaltar as elites de forma heroica e patriótica (afinal, esses artistas foram contratados por elas); Em ambas a mesma necessidade de alterar alguns aspectos da cena a fim de dar a elas a grandiloquência que não tiveram. Em ambos ( intenção dos artistas?), a mesma ausência e irrelevância  do elemento popular nesses dois acontecimentos.



O Grito do Ipiranga. 1888. Pedro Américo.

Proclamação da República. 1893. Benedito Calixto.

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