quarta-feira, 15 de junho de 2011

Mein Kampf





Número de inscritos no Partido Nacional-Socialista

O livro Mein Kampf foi escrito por Hitler enquanto ele esteve na prisão após o fracasso do putsch de Munique, em 1923, quando os nazistas, então um grupo bastante inexpressivo, tentaram derrubar o governo da República de Weimar. Condenado à prisão, Hitler dedicou-se a escrever o que ficou conhecido como a Bíblia do Nazismo.

No livro, Adolf Hitler expõe de maneira geral o programa do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Nele está presente o antissemitismo, o nacionalismo extremista, o anticomunismo, a ideia do espaço vital, o culto à violência como uma virtude, o desprezo pelos valores liberais, tanto em política quanto em economia.

Até à Crise de 29, os nazistas eram, do ponto do vista eleitoral, um partido sem grande ressonância na sociedade alemã. Mas os efeitos da Grande Depressão no país, que provocou um desemprego em massa, fez com que muitos trabalhadores desempregados buscassem nas propostas do partido nazista, que prometiam tirar a Alemanha do atoleiro econômico, uma alternativa política. É verdade que nos anos de 1929 a 1933 os partidos de esquerda, comunistas e social-democratas, também cresceram, mas nenhum tanto quanto os nazistas. Além disso, a esquerda na Alemanha estava desunida o que aumentava o cacife político dos nazi. Tanto que, em janeiro de 1933, Hitler é escolhido primeiro-ministro (chanceler) do governo alemão. Poucos dias depois o misterioso incêndio no Reichstag (parlamento alemão) cuja culpa recaiu sobre os comunistas (uma grande mentira, mas que os nazistas souberam explorar politicamente) Hitler começou a implantar sua ditadura assassina.

A morte do presidente Hindenburg em 1933, deu a Hitler a chance de acumular as duas funções, a de presidente e a de chanceler, tornando-se o führer, o líder máximo da Alemanha. O caminho estava aberto para as atrocidades nazistas. Vejam, abaixo, um gráfico e uma tabela que mostram o desempenho eleitoral dos partidos políticos na Alemanha, antes da ascensão do nazismo ao poder.



2 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Zé Paulo, li aqui que no Mein Kampf, Hitler escreveu ideias anticomunistas. Pra mim é meio estranho o nazismo ser anticomunismo por diversos fatores, por exemplo: o estado inchado, a concentração do poder na mão do partido, a extrema coibição das liberdades individuas. Apesar de, ao longo do governo nazista, terem existido empresas privadas, era o Estado quem decidia quanto as empresas produziriam, quanto cobrariam, quanto pagariam ao funcionários etc. Dai minha dúvida: na prática, qual era a real diferença entre o nazismo e o comunismo? E o que existia no comunismo que tornou Hitler anticomunista?

Abraços!

Zé Costa disse...

Não estranhe tanto. Tanto o comunismo quanto o fascismo, embora inimigos, deploravam igualmente e com a mesma força, a democracia e os valores liberais. Segundo um ensaísta norte-americano, J. Goldberg, em FASCISMO DE ESQUERDA, o fascismo nada mais foi que um fascismo de direita. É um consenso entre os historiadores do tema as similitudes entre essas duas ideologias assassinas.

Mas, respondendo à sua pergunta, eu diria que o que incomodava os fascistas de modo geral em relação aos comunistas era o caráter internacionalista do comunismo que feria o nacionalismo exacerbado dos fascistas; e a ideia da luta de classes que os fascistas queriam suprimir.