Um abraço, queridos!
"O objeto próprio da história consiste, antes de tudo, no conhecimento dos relatos verdadeiros, no seu teor real, e em seguida na indagação por quais razões fracassou ou triunfou aquilo que foi dito ou aquilo que foi feito(...) se negligenciarmos os discursos verdadeiros e os que lhe deu origem, substituindo-os por argumentações falaciosas e por extensões retóricas, nada mais fazemos que suprimir o objeto da história." Políbio, História.(século II a C)
sábado, 11 de dezembro de 2010
Qual o momento político mais importante da história recente do país?
Um abraço, queridos!
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Discurso II
Ilustríssimos professores, senhores pais, queridos alunos, boa noite.
É sempre gratificante chegar ao final de um longo processo e ter a consciência do dever cumprido. Vocês venceram obstáculos. Não se deixaram intimidar por dissabores ou reveses. Avançaram, às vezes mais depressa, outras vezes mais devagar, em direção às metas estabelecidas e as atingiram. É por isso que esta noite é uma noite de celebração.
Não foram poucas as angústias e os temores que assolaram os seus corações. Tentamos como professores, e, sobretudo, como companheiros, nessa jornada difícil e recompensadora, que é o trabalho em sala de aula, dar a vocês segurança e tranqüilidade; apoio e compreensão e, acima de tudo, a nossa dedicação. Dedicação exemplificada pela paciência e pela perseverança. Paciência para entender que cada um tem o seu tempo particular para aprender, e perseverança para nunca desistir, mesmo nos momentos em que vocês estavam pessimistas quanto à realização de suas metas e objetivos. Por isso, queridos, a festa de vocês é também um pouco nossa.
Inevitavelmente, a vida de cada formando será outra a partir de agora. O mundo, com os seus desafios e exigências, cobrará de vocês algum tipo de ação. O que o futuro lhes reserva não sabemos. Há tantas variáveis que não controlamos... Mas queremos deixar nessa noite uma única certeza: a de que daqui ficaremos torcendo pelo sucesso profissional e pessoal de todos vocês. Mais: que estaremos sempre aqui, tanto para celebrar suas conquistas quanto para apoiá-los e confortá-los, nos momentos difíceis que a vida sempre nos reserva. Continuem contando com o colégio La Salle e, especialmente, com os seus professores.
Nós abraçamos uma profissão que vem sendo há anos desprestigiada. É tão raro um aluno sonhar em ser professor. São tantos os desestímulos para se tornar professor que é impossível não sentir um imenso orgulho dos nossos colegas.
Olhem bem para cada um dos professores que estão aqui. Todos eles, apesar de tantas dificuldades, esmeraram-se em oferecer a vocês um trabalho sério, digno e competente.
O que nos move, portanto, não é o status social de ser professor, mas aquela satisfação que existe no coração de cada um de nós, quando vê o crescimento intelectual do seu aluno. E o crescimento de vocês impressiona. Não há recompensa maior, acreditem!
Queremos concluir essas palavras fazendo um pedido especial. Nunca esqueçam ou negligenciem aqueles que são, e que nunca deixarão de ser os maiores responsáveis por tudo em suas vidas: os seus pais. Nenhum dissabor, contratempo, mágoa ou ressentimento deve ser capaz de macular o amor e o carinho que vocês devem a eles. A alegria, o orgulho e a satisfação que hoje vocês estão proporcionando a quem os ama acima de tudo não têm tamanho. É também por isso que a alegria deles, certamente, é maior que a de vocês.
Beijem seus pais e suas mães e, com reconhecimento, lhes digam: “Muito obrigado por tudo que vocês fizeram por nós”.
Que Deus abençoe cada um de nós.
Boa-Noite.
PS: Quem tiver fotos e as quiser enviar para eu anexá-las a esses posts enviem para o e-mail nejpsc@gmail.com
Discurso I
Neste post deixo o discurso que fiz inicialmente para a turma 304 e no post acima o discurso que foi lido na solenidade de colação de grau.
Ilustríssimos professores, senhores pais, queridos alunos, boa noite.
Foi com surpresa que recebi a notícia de que tinha sido escolhido como paraninfo da turma 304. Existem duas razões para essa surpresa: uma de ordem geral, e outra de ordem bem particular.
A primeira razão é que não sou exatamente um professor carismático. Não sou nada simpático. Estou quase sempre inclinado a corrigir com severidade aquilo que bem poderia ser corrigido com gentileza. Além disso: a descontração, o jeito performático, o talento de ser engraçado - fatores tão importantes numa sala de aula, e que tanto agradam a maioria dos alunos - não estão entre as minhas características. Ir de encontro aos consensos, ser contundente na exposição das ideias, contrariar as correntes de opinião que predominam tudo isso pode me transformar num professor polêmico, mas dificilmente me transformaria num professor querido.
Mas eu disse que havia um fato de ordem particular na minha surpresa com o gesto generoso da turma 304. Vocês se lembram de uma prova discursiva de história, cuja correção em sala de aula fez despertar ódios secretos e declarados. Lembro bem da maneira como fui contestado, e não seria exagero dizer, fustigado naquele dia, e do quanto foi doído me manter firme, o quanto foi penoso contrariá-los, o quanto foi difícil parecer intransigente... Seria tão mais fácil contemporizar, flexibilizar os meus critérios de correção, agradar à parcela que me fustigava e assim todos ficariam felizes, satisfeitos, e com notas melhores. Mas se eu fizesse isso não estaria sendo um professor, mas um prestidigitador. Naquele momento, tive a real noção do que deve sentir um pai ou uma mãe quando se veem obrigados a contrariar o filho em nome do amor que sentem e do cuidado que devem a ele. A diferença é que é muito mais fácil e até obrigatório para vocês perdoar os pais do que o professor, e naquela ocasião, eu temi que nossa relação se deteriorasse a cada dia... Por isso, recebi com pasmo a notícia de que a turma 304 havia me escolhido como paraninfo.
Olhem bem para cada um dos professores que vocês vêem aqui nessa noite de festa. Tentem lembrar de tantos outros que passaram pela vida de vocês e guardem a certeza que cada um deles traz um orgulho que não tem preço. Acreditem-me! Não existe recompensa maior para quem trabalha no universo da educação do que o sucesso De vocês. Cada um de nós, professores, aqui presentes, e representando todos os professores que vocês um dia já tiveram, nos regozijamos com a vitória de vocês porque sabemos que a realização máxima do nosso trabalho é e sempre será as realizações e as conquistas que vocês devem buscar incansavelmente.
Quando se tem a idade de vocês, é normal esquecer ou negligenciar aqueles que são, e que nunca deixarão de ser os maiores responsáveis por tudo em nossa vida. Nunca se esqueçam que não há dissabor, contratempo, mágoa, ressentimento capaz de manchar o amor, o carinho, a alegria, a satisfação que hoje vocês estão proporcionando aos pais de vocês. É também por isso que a alegria deles certamente é maior que a de vocês.
Beijem seu pai e a sua mãe, e lhes digam: “ muito obrigado por tudo que vocês fizeram por mim”
Boa noite!