segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Gabarito


Gabarito Prova Objetiva


3º TRIMESTRE 2012 (3º ANO)
APLICAÇÃO: 12/11/2012


HISTÓRIA
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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Morre o mais velho sobrevivente de Auscwitz

Polônia

Morre aos 108 anos o mais velho sobrevivente de Auschwitz

Antoni Dobrowolski foi levado em junho de 1942 ao campo de concentração

Antoni Dobrowolski, mais velho sobrevivente de Auschwitz morto na Polônia, quando tinha 105 anos
Antoni Dobrowolski, mais velho sobrevivente de Auschwitz morto na Polônia, quando tinha 105 anos (Reprodução/YouTube)

O polonês Antoni Dobrowolski, o mais velho sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz, morreu aos 108 anos, informou nesta terça-feira a rádio pública da Polônia. Dobrowolski foi levado a Auschwitz em junho de 1942 por dar aulas em uma escola clandestina, já que durante a ocupação nazista na Polônia os colégios para crianças polonesas estavam proibidos além do ensino fundamental.

O próprio Dobrowolski descreveu o campo de concentração como um lugar "pior que o inferno", onde as autoridades nazistas mataram mais de um milhão de pessoas, em sua maioria judeus, mas também rebeldes poloneses, religiosos, homossexuais e ciganos – ao todo, cerca de 5,5 mmilhões de pessoas foram mortas no Holocausto. Dobrowolski será enterrado nesta quarta em sua cidade natal, Debno.

Fonte aqui

O reino de Terror de Hitler era de conhecimento dos alemães.



Os alemães sabiam - e aplaudiam - atrocidades do nazismo
No livro 'Apoiando Hitler', historiador reúne provas do apoio do povo ao regime

Cecília Araújo

                                            Corpos em campo de concentração nazista na Alemanha (Corbis)


Contrariando estudiosos que dizem que as atrocidades do nazismo eram desconhecidas por grande parte da população alemã, a escritora Christa Wolf declarou certa vez que para saber sobre a Gestapo, os campos de concentração e as campanhas de discriminação e perseguição bastava ler os jornais. Para comprovar essa hipótese, o renomado professor de história da Universidade Estadual da Flórida Robert Gellately reúne provas de que a sociedade tinha acesso a essas informações em seu mais novo livro, Apoiando Hitler: Consentimento e coerção na Alemanha nazista, lançado em julho no Brasil (Ed. Record, tradução de Vitor Paolozzi, 518 páginas, 67,90 reais). De acordo com o autor, Hitler não só divulgou abertamente as ações do governo, que assumira em agosto de 1934, como também conquistou amplo apoio popular para colocá-los em prática. "Ele não queria subjugar os alemães, mas conquistá-los. Para isso, polia os ideais germânicos, construía imagens populares positivas na imprensa e manipulava fobias milenares", pontua Gellately.

Frustrados com o experimento democrático da República de Weimar (1918 a 1933) - instaurada na Alemanha logo após a I Guerra Mundial, herdando todo o peso da derrota do país na disputa, resultando em caos econômico, social e político -, os alemães se mostraram orgulhosos ao enxergar Hitler como um líder que conseguiu lhes devolver a sensação de segurança e normalidade, além de combater o desemprego e a inflação. Ao avaliar um vasto material sobre a polícia secreta e os campos de concentração publicados na imprensa naquele período, Gellately comprova que o povo alemão formou a base sólida do regime nazista. As autoridades não só publicavam histórias de "crime e castigo", como elaboravam uma teoria prisional e policial coerente, racional e científica. Explorando os arquivos da Gestapo, Gellately foi além de qualquer outro historiador. "As provas materiais foram destruídas por toda parte, exceto em três cidades - e foi ali que foquei minhas pesquisas", conta o autor, que revela nesta entrevista ao site de VEJA suas descobertas, consideradas pioneiras.



Gellately é professor de história na Universidade Estadual da Flórida

Como o senhor chegou à polêmica conclusão de que grande parte dos alemães tinha uma imagem clara das atrocidades nazistas?  

Entre 1933 e 1939, a maioria dos cidadãos sabia sobre os campos de concentração e a Gestapo (polícia secreta do regime nazista), simplesmente porque se podia ler abertamente sobre o assunto na imprensa. Conhecendo o mito "nós não sabemos de nada", fiquei chocado com a quantidade de material que era publicado na imprensa local, regional e nacional. Muito do que aconteceu estava ali - as pessoas apenas ignoravam por rejeitar a informação. Isso porque o regime nazista não ameaçava todos os alemães, apenas grupos minoritários selecionados, incluindo, claro, os judeus. A grande maioria da sociedade tinha pouco a temer. Já durante a II Guerra, entre 1939 e 1945, as informações eram mais encobertas. Não obstante, um grande número de pessoas estava envolvido diretamente com as ações do governo, e as notícias chegavam a qualquer um que quisesse de fato saber o que acontecia por baixo dos panos. Nesse período, os campos de concentração cresceram, ocupando fábricas distantes dos centros urbanos e também no interior de algumas cidades, tornando-se parte da vida cotidiana das pessoas e, portanto impossível de serem ignorados.

Quanto os alemães de fato sabiam sobre os campos de concentração e a Gestapo? 

Eles sabiam muito. O regime tinha orgulho de sua nova polícia e a celebrava anualmente no "Dia da Polícia Alemã". Um bispo católico chegou a se gabar à congregação sobre como um campo de concentração na região tinha dado à área um novo "sopro de vida". Hitler apostou no apelo popular por meio de um regime baseado no lema "lei e ordem". Não são poucos os que preferem a repressão em nome da lei e da ordem em toda parte do mundo. E nós sabemos que esses recursos podem ser perigosos para pessoas ingênuas e inocentes. Por isso, o terror trouxe muito mais apoio ao nazismo do que tirou. O regime se vangloriava de sua nova abordagem contra criminosos reincidentes, alcoólatras crônicos, criminosos sexuais, desempregados e mendigos. Hitler prometeu "limpar as ruas", e a maioria das pessoas aprovou a medida. Algumas acreditavam de fato no Hitler e no nazismo. Outras queriam proteger seu país e lutar como nacionalistas e patriotas. E provavelmente a maioria lutou para manter distantes os russos e os comunistas, que eram amplamente temidos e odiados no país.

De que forma a experiência de Weimar aumentou o apoio popular a Hitler? 

Weimar produziu impasses políticos e coalizões governamentais - e, depois de 1929, os regimes não se mostraram fortes o suficiente para superar o desemprego. A ditadura de Hitler se livrou dessas lutas entre partidos, das eleições intermináveis e da fraqueza do governo. Inicialmente, o povo queria "dar a Hitler uma chance", como se dizia naquela ocasião. De fato, foi uma tentação votar nele. Somente depois se descobriu que ele tinha em mente ideias muito mais radicais do que qualquer um poderia imaginar. Mas quando se percebeu o que estava por vir, já era tarde.



'Apoiando Hitler: Consentimento e coerção na Alemanha nazista'

Como a imprensa construía histórias consistentes sobre o regime? 

A abordagem nazista para o crime, a raça, a polícia, os campos de concentração não eram apenas casuais, irracionais e esquizofrênicas. O regime, na verdade, apresentou medidas racionais consistentes ao público na imprensa e no cinema. A censura - além de deixar de fora judeus e desligar as vozes comunistas e socialistas - não foi martelada a cada dia. As organizações nazistas, incluindo a SS e a Gestapo, sabiam perfeitamente bem o que queriam dizer, mas Joseph Goebbels e seus parceiros tinham em mente que os cidadãos perceberiam se todos os jornais divulgassem notícias idênticas. Então, era dada aos editores uma ideia geral do que o regime decidia que seria noticiado, e cada veículo seguia aquela ideia a sua maneira. O jornal diário do governo, o Voelkischer Beobachter, era o de maior circulação no país e suas histórias eram frequentemente repetidas por outras publicações. A SS também tinha sua própria publicação, igualmente popular. Para reforçar a boa imagem do sistema, Hitler e Goebbels ainda favoreciam e tratavam com condescendência certos escritores, diretores de cinema e outros artistas. Com isso, os filmes que se destacavam elevavam a raça alemã e promoviam o racismo e outros valores nazistas.

Quais "benefícios" o nazismo deu à Alemanha? 

Até hoje, Hitler é lembrado por ter garantido uma segurança tal que permitia que as mulheres andassem à noite sem medo ou que os cidadãos deixassem suas bicicletas destravadas sem riscos. Todas essas histórias são só parcialmente verdadeiras, mas ajudam a explicar por que as pessoas apoiaram Hitler. Depois de Weimar, os alemães finalmente podiam dar boas vindas a tempos melhores. Hitler lançou mão de programas de ordem pública e investiu no rearmamento do país para a guerra. O que realmente contou para muita gente foi que ele reduziu consideravelmente o desemprego e trouxe de volta ao país seu orgulho - especialmente ao rasgar o odiado Tratado de Versalhes (1919), acordo de paz que representou o fim da I Guerra Mundial e foi considerado uma vergonha nacional, por impor uma série de restrições à Alemanha.

Fonte aqui

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Hiroshima e Nagasaki - O Horror Atômico




Hiroshima e Nagasaki - o Horror Atômico




 




 




Em 17 de julho [de 1945], chegou uma notícia de impacto mundial. À tarde, Stimson foi ter comigo na casa em que eu estava hospedado e pôs à minha frente uma folha de papel com as palavras: “Bebês nascidos satisfatoriamente.” Pelo jeito dele, percebi que algo de extraordinário havia acontecido. “Significa”, disse ele, “que a experiência no deserto mexicano deu certo. A bomba atômica é uma realidade.” (...) Nenhum cientista responsável dispunha-se a prever o que aconteceria quando fosse testada a primeira explosão atômica completa. Seriam essas bombas inúteis, ou teriam um efeito aniquilador? Agora sabíamos. Os “bebês” haviam “nascido satisfatoriamente.” Ninguém ainda era capaz de medir as consequências militares da descoberta, e ninguém até hoje mediu nada mais sobre ela.

Na manhã seguinte, chegou um avião com a descrição completa desse evento aterrador na história humana. (...) A bomba, ou um seu equivalente, fora detonada no alto de uma torre de cem pés de altura. Todos tinham sido retirados num raio de dez milhas, os cientistas e suas equipes abaixados atrás de paredes e abrigos de concreto maciço, mais ou menos a essa distância. A explosão foi aterradora. Uma imensa coluna de chamas e fumaça projetara-se par a fímbria da atmosfera de nossa pobre Terra. Devastação absoluta num raio de uma milha. Ali estava, portanto, um fim veloz para a Segunda Guerra Mundial, e talvez para muitas outras coisas.

O Presidente [Truman] convidou-me a conversar com ele logo em seguida. (...) Até aquele momento [ antes da obtenção da bomba] havíamos organizados nossas ideias em torno de um ataque à nação japonesa por meio de um terrível bombardeio aéreo e da invasão por exércitos imensos. Havíamos considerado a resistência desesperada dos japoneses, lutando até a morte com devoção de samurais, não apenas em batalhas acirradas, mas em cada gruta e abrigo. Eu guardava a lembrança do espetáculo da ilha de Okinawa, onde muitos milhares de japoneses, em vez de se renderem, haviam-se dispostos em fileiras e se destruído com granadas de mão, depois de seus comandantes haverem solenemente praticado o ritual do hara-kiri [suicídio]. Sufocar a resistência japonesa homem a homem e conquistar o país palmo a palmo bem poderia exigir a perda de um milhão de vidas americanas e metade desse número em vidas inglesas. – ou mais, se conseguíssemos levar os homens até lá, pois estávamos decididos a compartilhar dessa agonia. Agora, todo esse quadro de pesadelo havia desaparecido. Em lugar dele estava a visão – realmente clara e luminosa, ao que parecia – do término de toda a guerra em um ou dois impactos violentos. De minha parte, ocorreu-me imediatamente que o povo japonês, cuja coragem eu sempre admirara, poderia encontrar no surgimento dessa arma quase sobrenatural um pretexto que lhe salvasse a honra e o libertasse da obrigação de ser morto até o último combatente.

Além disso, não precisaríamos dos russos. O fim da guerra japonesa já não dependia da entrada profusa de seus exércitos para a matança final e talvez demorada. Não tínhamos necessidade de lhe pedir favores. (...) De repente, parecíamos ter ficado de posse de uma abençoada abreviação da carnificina no Oriente e de uma perspectiva muito melhor na Europa. Não tenho dúvida de que essas ideias estavam na mente dos nossos amigos americanos. Seja como for, nunca se discutiu nem por um momento se a bomba atômica deveria ou não ser usada. Evitar uma vasta e infindável carnificina, levar a guerra a seu fim, trazer a paz para o mundo e cicatrizar as feridas de seus povos torturados, por meio da manifestação de um poder esmagador, ao preço de umas poucas explosões, pareciam, após todos os nossos esforços e perigos, um milagre de libertação.

O consentimento inglês ao uso da arma fora dado, em princípio, em 4 de julho, antes da realização do teste. A decisão final cabia agora sobretudo ao presidente Truman, que possuía a arma; mas nunca duvidei de qual seria ela, nem duvidei, desde então, de que foi acertada. Resta o fato histórico, a ser julgado pela posteridade, de que a decisão de usar ou não a bomba atômica para forçar a rendição do Japão nunca foi objeto de debate. Houve um acordo unânime, automático e incontestável em torno de nossa mesa; e jamais, tampouco, a menor insinuação de que devêssemos ter agido de outra maneira.

Uma questão mais intricada era o que dizer a Stalin. O Presidente e eu já não achávamos precisar de sua ajuda para conquistar o Japão. [Stalin] fora um aliado magnífico na guerra contra Hitler e ambos achamos que devia ser informado do grande Fato Novo que agora dominava a cena, embora não de quaisquer dados específicos. Como lhe darmos a notícia? Conviria fazê-lo por escrito ou verbalmente? (...) “Penso”, disse ele [o presidente Truman], “que é melhor eu apenas lhe dizer, depois de um dos nossos encontros, que temos uma forma inteiramente nova de bomba, uma coisa muito fora do comum, que achamos que terá efeitos decisivos na vontade japonesa de continuar a guerra.” Concordei com essa linha.

Fonte: Memórias da Segunda Guerra Mundial. Winston Churchill; p.1096-1098.