Oriente Médio. Quando, enfim, haverá paz?Muitos que eu conheço, à esta hora, estão longe dos afazeres. Afirmam, com justificada razão, que nesse recesso de julho o importante é descansar e se divertir. Eu, se fosse normal, também estaria, como eles, longe dos afazeres. Todavia, quem disse que escrever, para mim, apesar do esforço que faço, também não é diversão?
Na edição desta semana, a Revista Veja traz uma importante matéria sobre os perigos que os testes de mísseis de longo alcance, realizados pelo Irã, representam para a paz na região. O centro da matéria jornalística informa que os espaços para uma saída diplomática que evite um confronto na região, ficaram menores. A iminência de uma guerra, ao que parece, é real.
O perigo do Irã em desenvolver armas nucleares, como suspeitam os Estados Unidos e Israel, não representa uma ameaça apenas a esses dois países, históricos inimigos dos muçulmanos radicais da região. É importante não esquecer que o Irã tem maioria xiita, e que, portanto, os sunitas no Irã e em outros países do oriente médio, também são seus inimigos. Vejam esse trecho da matéria:
“Caso Israel tome a iniciativa de liquidar com os planos nucleares do Irã, os americanos não terão saída, exceto apoiar o país. "Levamos muito a sério a obrigação de defender nossos aliados e temos a intenção de fazê-lo", afirmou a secretária de Estado Condoleezza Rice, na semana passada. Israel teria também o consentimento de muitos países da região, como a Turquia e os árabes de maioria sunita. Alguns deles já estiveram em Jerusalém para dizer que não se oporiam a um ataque ao Irã. Além do pavor de um aiatolá atômico, essas nações possuem minorias xiitas que são ou podem se tornar fonte de problemas. O Irã dá apoio financeiro, armas e treinamento aos terroristas xiitas do Hezbollah, que, a serviço de Teerã, promovem atentados no exterior e impedem a reconciliação entre as várias comunidades religiosas do país. No Iraque, os iranianos sustentam milícias que atacam civis sunitas e soldados iraquianos e americanos.”
Aprendemos em sala de aula que a origem da divisão dos muçulmanos entre xiitas e sunitas remonta aos primórdios do Islã. Logo após a morte do profeta, a comunidade islâmica não entrou num acordo para saber quem deveria ser o califa, isto é, o sucessor do profeta Maomé (Mohammad). Um grupo entendeu que o profeta havia designado seu primo Ali como sucessor. Outro grupo, esse bem maior, entendeu que nada disse Maomé que determinasse ser Ali, necessariamente, o califa. O primeiro grupo passou a ser chamado de xiita; o outro, de sunita. A partir de então, o Islã estava irremediavelmente dividido.
O trecho da matéria, acima reproduzido, poderia nos levar a um outro equívoco comum, mas por isso mesmo, perigoso: afirmar que os radicais islâmicos, os fundamentalistas e os terroristas são apenas do ramo xiita. Como foi dito em sala e cobrando numa avaliação, fanáticos e terroristas existem nos dois ramos do islamismo. Aliás, existem em qualquer crença religiosa.
Considerar os xiitas, que são minoria entre os muçulmanos, como terroristas, consiste num duplo erro: primeiro, porque nem todos os xiitas apoiam a política do terror. Em segundo lugar, porque também há entre os sunitas aqueles que apelam para o terrorismo.
Se o governo do Irã financia grupos extremistas e terroristas de ramo xiita, como o Hezbollah, por exemplo, para que cometam ações terroristas contra Israel, mas também contra cidadãos sunitas da região; Os Estados Unidos procuram, por sua vez, financiar grupos extremistas sunitas no Irã – onde são minoria – para tentar desestabilizar o governo teocrático da antiga Pérsia.
Nunca é demasiado lembrar, que fundamentalistas sunitas têm Osama Bin Laden, o terrorista sunita mais famoso, como seu grande herói.
Em duas semanas, este link estará aberto para todos que quiserem ler a reportagem. Vale a pena, acreditem!
2 comentários:
Caro Zé Costa,
Grato pela presença no meu blog. Estou “meio” liberado pelo médico. Começarei a postar nas próximas horas...
Sem dúvida, o tema Irã é de fundamental importância para todos nós, mesmo porque, mais uma guerra a essa altura dos conflitos e das carências mundiais, só virá para prejudicar, ainda mais, a busca de melhor qualidade de vida dos cidadãos mundo afora, e às tão sonhadas negociações diplomáticas que deveriam prevalecer sempre.
Imagina, por exemplo, a quanto iria o preço do barril de petróleo no mercado internacional ao deflagrar-se uma nova guerra? E como o Brasil, economicamente, iria suportar?
Todo cuidado é pouco. Por outro lado, o Irã é um barril de pólvora que apavora o mundo.
Abs
Oi Zé:Meu nome é Maria Garcia e sou coordenadora de um grupo de ajuda humanitária em Londrina.Arrecadamos e doamos alimentos mensalmente para entidades carentes e temos alguns projetos como música,livros e culinária.Temos um blog:http://marianovaera.blogspot.com.Parabéns pelo teu blog o qual adorei e vou seguir.O meu chama-se Santa Helena - para fins humanitários.Abraços e felicidades!!!
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