quarta-feira, 2 de abril de 2008

História da Grécia em cordel.


A Ilíada, tradicionalmente atribuída ao poeta Homero, um dório que viveu no século VIII a C, conta a famosa história da Guerra de Tróia, aquela em que o príncipe Páris rapta - numa das versões - a belíssima Helena, mulher do rei de Micenas, Menelau e que dá início a um dos mais conhecido conflitos bélicos da humanidade.

A Íliada tem muitas passagens ricas em simbolismos e, com certeza, com mais tempo, reproduzirei aqui algumas delas. Por hora, deixo a imagem do Cavalo de Tróia, um estratagema criado pelo grego Ulisses e que significou a ruína da cidade de Tróia, depois de um cerco de 10 anos.

Abaixo, um cordel de Otacílio Batista, musicado por Zé Ramalho e interpretado pela cantora Amelinha. Fiquem atentos à duas primeiras estrofes do cordel, pois tratam de eventos marcantes da história da Grécia Antiga.

Escutem a música acompanhando a letra.






Mulher nova, bonita e carinhosa

faz o homem gemer sem sentir dor

(Zé Ramalho e Otacílio Batista)

Numa luta de gregos e troianos
Por Helena, a mulher de Menelau
Conta a história de um cavalo de pau
Terminava uma guerra de dez anos
Menelau, o maior dos espartanos
Venceu Páris, o grande sedutor
Humilhando a família de Heitor
Em defesa da honra caprichosa
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor

Aqui, temos uma clara referência à Guerra de Tróia e à sua causa fundamental: o rapto da bela Helena. Há também a afirmação de que as forças gregas, no final, derrotaram os troianos. O estratagema de Ulisses de "presentear" os troianos com um cavalo de madeira em homenagem ao deus Apolo, funcionou; quando os troianos abriram os portões de sua cidade e puseram o cavalo para dentro dos muros, mal sabiam eles que estavam abrindo os portões para o inimigo.


Alexandre figura desumana
Fundador da famosa Alexandria
Conquistava na Grécia e destruía
Quase toda a população Tebana
A beleza atrativa de Roxana
Dominava o maior conquistador
E depois de vencê-la, o vencedor
Entregou-se à pagã mais que formosa
Mulher nova bonita e carinhosa
Faz um homem gemer sem sentir dor

Essa estrofe trata do período helenístico, por volta do século IV a C, época em que Filipe II da Macedônia conquistou a Grécia Antiga. A estrofe faz uma referência direta à revolta que a cidade de Tebas fez contra o domínio macedônico, cujo rei, na época, era Alexandre, o Grande. Conta-se que Alexandre ordenara aos seus soldados que matassem todos os revoltosos mas preservassem os templos e as esculturas gregas. Sendo verdade essa história, é uma prova da admiração que Alexandre tinha pela cultura helênica.

A mulher tem na face dois brilhantes
Condutores fiéis do seu destino
Quem não ama o sorriso feminino
Desconhece a poesia de Cervantes
A bravura dos grandes navegantes
Enfrentando a procela em seu furor
Se não fosse a mulher mimosa flor
A história seria mentirosa
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor

Virgulino Ferreira, o Lampião
Bandoleiro das selvas nordestinas
Sem temer a perigo nem ruínas
Foi o rei do cangaço no sertão
Mas um dia sentiu no coração
O feitiço atrativo do amor
A mulata da terra do condor
Dominava uma fera perigosa
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor



Nenhum comentário: