quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A Crise de 29 - parte 2

A Crise de 1929 em Veja na história

A euforia....

Nos últimos anos, o fenomenal desempenho das ações parecia desafiar o adágio de que tudo que sobe deve descer. Há pouco mais de um mês, em 3 de setembro, o índice de ações industriais publicados pelo diário The New York Times atingia seu ápice histórico, com 452 pontos. Em 1925, o mesmo indicador registrava 159 tentos. A facilidade da compra de ações seduziu milhares de investidores, que colocavam todo o dinheiro que tinham, e especialmente o que não tinham, em pedaços de papéis certificados. Comprar ações "na margem" – pagando uma pequeníssima parcela do valor e tomando o restante emprestado do corretor ou do banco – era, até dias atrás, prática absolutamente comum e aparentemente segura. Afinal, como as ações não paravam de se valorizar, bastava vendê-las, quitar o débito com o credor e embolsar o lucro. A euforia era infinita.

As Cassandras da época...

Algumas vozes já vinham predizendo, nos últimos meses, um estouro da bolha especulativa que alimentava os estratosféricos índices da Bolsa de Nova York. E não havia nesses oráculos nenhum tom sobrenatural – apenas o escrutínio dos fatos e as lições de quebras passadas. Contudo, alertar para essa situação significava ser tachado de destrutivista ou anti-patriota. O teórico Roger Babson, que, no início de setembro, cunhou seu agora célebre vaticínio – "mais cedo ou mais tarde, o crash virá, e poderá ser tremendo" –, foi ironizado, desacreditado e assacado pelos guardiões de Wall Street.

Leia o artigo completo aqui.

Sobre os efeitos da Crise de 1929 no Brasil, leia aqui.

A Crise de 29 Parte I

O Mercado de ações

Uma das maiores dificuldades que o aluno enfrenta ao estudar a Crise de 29 é entender como funciona o MERCADO DE AÇÕES.

Quando se diz que na década de 1920, os americanos investiam pesado na Bolsa de Valores, o aluno faz aquela cara de que não entendeu chongas. Fique tranquilo, vocês não estão sozinhos nessa, entendem?

Escarafunchando a internet, descobri um site que, se não é um primor de clareza, ao menos tenta simplificar o entendimento de como funciona o mercado de ações. Espero que as informações abaixo ajudem vocês a entender melhor como funciona esse mercado e assim compreender por que a especulação na Bolsa de Valores acabou se tornando uma das causas para o crash de 29 e para a Grande Depressão.

O MERCADO DE AÇÕES¹
Antes de mais nada é importante definir o que é uma ação. Você já deve ter lido em algum lugar que uma ação é um título de renda variável emitido por uma sociedade anônima que representa a menor fração do capital da empresa emitente. Vamos traduzir esta definição aos poucos: primeiro é importante entender o que é uma sociedade anônima (S.A.). Uma Sociedade Anônima é uma empresa que pode ter ações em bolsa (capital aberto), ao contrário, por exemplo, de uma limitada (Ltda), onde o capital não é listado em bolsas (capital fechado). A maior parte das grandes empresas são S.A´s, enquanto a maioria das pequenas empresas são Ltdas.

Empresas de capital fechado
 
Se você resolver abrir uma nova empresa, possivelmente o fará como uma Ltda (ou empresa de capital fechado). Vamos supor que a nova empresa tenha cinco sócios, com a mesma participação (20% do total de R$ 100.000,00). Neste caso, cada sócio subscreveu R$ 20.000 do capital da empresa. A empresa então utiliza o capital subscrito para iniciar suas atividades (comprar matéria-prima, pagar instalações e funcionários, etc.). Vamos supor agora que um sócio decida sair da empresa e os outros decidam comprar sua parte. Neste caso, após decidir o quanto vale esta parcela do capital da empresa (para facilitar vamos supor que valha R$ 20.000) cada um dos sócios restantes pagará R$ 5.000,00, mantendo o capital total em R$ 100.000,00, agora com 25% cada um.

Empresas de Capital Aberto
Uma empresa de capital aberto funciona basicamente da mesma forma. Usando o exemplo acima (os valores serão mantidos somente para facilitar a análise, já que para lançar ações em bolsa os valores devem ser muito mais altos) fica fácil entender o que é uma ação. Vamos supor agora que os quatro sócios não tenham recursos para comprar a fatia do sócio que resolveu sair. Eles podem optar por abrir o capital da empresa, ou seja, lançar ações. Neste caso eles decidem vender R$ 20.000 do capital da empresa, lançando 20.000 ações a R$ 1,00 cada. Ao comprar uma ação, você passa a ser sócio de uma empresa, comprando uma participação no capital da mesma. Se a empresa for bem, o preço da ação possivelmente subirá, se as coisas não forem tão bem assim, o preço possivelmente cairá. Desta forma, através do lançamento de ações, uma empresa aumenta substancialmente o número de acionistas (sócios), obtendo recursos que talvez não estivessem disponíveis de outra forma para investir na empresa. Do ponto de vista do investidor, comprar ações dá a possibilidade dele se tornar um "sócio" da empresa, investindo um valor de acordo com as suas disponibilidades

Mas o que é especular, Zé Paulo, no mercado de ações? Vejam a explicação abaixo.

Especulação²

Em economia, consiste em uma aposta acerca do futuro econômico de um país, um setor de atividade ou de uma empresa.

O movimento das bolsas de valores, por exemplo, resulta, em grande parte, de manobras especulativas. Um grande número de agentes ou um único agente - desde que suficientemente poderoso - pode, através de operações vultosas de compra ou venda das ações de uma empresa, forçar uma alta ou uma baixa dos preços. Se o preço das ações aumenta, outros investidores, acreditando que os preços possam subir ainda mais, compram também. Tais expectativas podem se concretizar ou não.

A especulação financeira foi um dos fatores que levaram à crise de 1929, quando houve o crash da bolsa de Nova York. Neste caso, ficou claro que havia uma enorme diferença entre o preço esperado das ações e o valor real dos ativos das empresas. A diferença correspondia à especulação ou à expectativa de lucros dos especuladores.

Especulador é um participante do mercado que espera que o retorno dos seus investimentos seja primariamente providenciado pelas acções (compras/vendas) dos outros participantes no mercado. Opõe-se ao conceito de investidor - o participante que espera que o retorno dos seus investimentos seja primariamente providenciado pelos fluxos financeiros gerados pelo activo no qual investe. A especulação é o risco não assumido pelo investidor e é considerada uma prática nefasta, podendo provocar a quebra de mercados, em benefício de alguns especuladores. Normalmente é objeto de controle pelos órgãos fiscalizadores (como a CVM) do mercado de capitais

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Outra boa definição sobre o que é a especulação na Bolsa de Valores e como ela funciona você pode encontrar abaixo.
O mercado acionário tem atraído muitos investidores iniciantes, pessoas que arriscam milhares de reais e algumas vezes não tem idéia do terreno onde estão pisando. Não é fácil fazer dinheiro, ainda mais com ações. É necessário muito estudo, muita análise e um mínimo de conhecimento sobre especulação.
“Mas afinal, o que é isso?”

A meu ver, a especulação é um dos pilares de influências sobre os valores das ações. É nada mais, nada menos, que a previsão que os investidores fazem sobre uma determinada ação.

Quando uma pessoa bem preparada se interessa em comprar uma ação, se interessa por algum motivo. O primeiro passo depois do interesse é pesquisar se esse motivo procede procurando informações gerais sobre a empresa a fim de formar uma opinião sobre ela ter ou não um futuro promissor.

“E como a opinião das pessoas influencia no preço das ações?” Lei da oferta e da procura. Conhece?
No caso das ofertas públicas de ações, a quantidade de ações a serem liberadas é fixa. O que varia é a quantidade de pessoas interessadas. Essas pessoas se baseiam nas suas especulações sobre o futuro da ação e quanto mais pessoas preverem um futuro promissor, mais irão querer comprar. O que acontece? O preço sobe.

É por isso que geralmente, IPO’s (Initial Public Offer ou Oferta Pública Inicial) são bons negócios. Muitos investidores esperam para ver como o mercado vai reagir a essas novas ações e só depois compram (ou não) as ações. E o preço sobe novamente…

Resumindo: especulação sobre o mercado acionário e financeiro está diretamente ligada à previsões sobre instituições, sobre possíveis acontecimentos, sobre pessoas envolvidas, etc. Tudo o que diz respeito ao que você quer saber.
 
Fonte: clique aqui