segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O estopim e o efeito dominó

Clique aqui e assista a um vídeo, em inglês, que explica a Política de Alianças que levou as potências europeias à guerra em 1914. O vídeo também se refere ao assassinato do arquiduqe Francisco Ferdinando e de sua esposa, Sofia, em Sarajevo.

Abaixo, a tradução do vídeo feita ano passado pelo aluno Kevin. Vocês estão livres para melhorar a tradução, caso seja necessário.

Tradução

"Na manhã de 28 de junho de 1914, a comitiva do arquiduque da Áustria se dirigia em direção à prefeitura da cidade de Sarajevo, quando se escutou uma bomba em sua direção.

O arquiduque, sentado no segundo carro, não se feriu e foi capaz de continuar sua rota. Meia hora depois, enquanto retornava, a comitiva parou em frente a Loja de Schiller, onde um jovem bósnio-sérvio, Gavrilo Princip, estava esperando. Princip disparou 2 tiros, mortalmente ferindo o herdeiro do trono austríaco e sua esposa.

Esse ataque foi realizado por um grupo de jovens naciolistas bósnios hostis à presença austríaca.

Nas semanas que se seguiram, o governo vienense usou o evento para desafiar a Sérvia, que estava planejando reunir todos os povos eslavos do sul numa Iugoslávia maior, assim ameaçando a unidade do Império Austro-Húngaro.

28 de julho: Viena declarou guerra contra a Sérvia e bombardeou Belgrado.

30 de julho: Rússia, protetora da Sérvia, declarou uma mobilização geral

1º de agosto: Alemanha, aliada da Áustria, declara guerra contra a Rússia, enquanto que a França tambem mobilizou suas forças.

3 de agosto: Alemanha declara guerra à França.

No dia seguinte, 4 de agosto, a violação da Alemanha a neutralidade da Bélgica força a Inglaterra a juntar-se a França e Rússia na guerra.

Numa questão de dias, o sistema de alianças estabelecidas na Europa mergulhou o continente em guerra.

A opinião pública, na grande maioria dos países, falhou em se mobilizar para preservar a paz.

A guerra, que deveria ser de curta duração, teve, ao contrário, duração de mais de 4 anos e se espalhou progressivamente para outra beligerância:

O Império Otomano entrou na guerra em novembro de 1914.

Itália, e depois Bulgária, em maio e outubro de 1915.

Portugal e Romênia em março e setembro de 1916.

Grecia em junho de 1917.

Nesse ínterim, a declaração de guerra dos Estados Unidos à alemanha em april de 1917, dá à guerra, que já envolvia impérios coloniais europeus, um status global."

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Pele preta e gen europeu.

18/02/2011

às 5:23

Que Mama África que nada! É Mama Europa, mesmo!

Vejam o que informa Reinaldo José Lopes, na Folha de hoje:

DNA de negros e pardos do Brasil é muito europeu

No Brasil, faz cada vez menos sentido considerar que brancos têm origem europeia e negros são “africanos”. Segundo um novo estudo, mesmo quem se diz “preto” ou “pardo” nos censos nacionais traz forte contribuição da Europa em seu DNA. O trabalho, coordenado por Sérgio Danilo Pena, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), indica ainda que, apesar das diferenças regionais, a ancestralidade dos brasileiros acaba sendo relativamente uniforme. “A grande mensagem do trabalho é que [geneticamente] o Brasil é bem mais homogêneo do que se esperava”, disse Pena à Folha.

De Belém (PA) a Porto Alegre, a ascendência europeia nunca é inferior, em média, a 60%, nem ultrapassa os 80%. Há doses mais ou menos generosas de sangue africano, enquanto a menor contribuição é a indígena, só ultrapassando os 10% na região Norte do Brasil.

QUASE MIL
Além de moradores das capitais paraense e gaúcha, foram estudadas também populações de Ilhéus (BA) e Fortaleza (compondo a amostra nordestina), Rio de Janeiro (correspondendo ao Sudeste) e Joinville (segunda amostra da região Sul). Ao todo, foram 934 pessoas. A comparação completa entre brancos, pardos e pretos (categorias de autoidentificação consagradas nos censos do IBGE) só não foi possível no Ceará, onde não havia pretos na amostra, e em Santa Catarina, onde só havia pretos, frequentadores de um centro comunitário ligado ao movimento negro.

Para analisar o genoma, os geneticistas se valeram de um conjunto de 40 variantes de DNA, os chamados indels (sigla de “inserção e deleção”). São exatamente o que o nome sugere: pequenos trechos de “letras” químicas do genoma que às vezes sobram ou faltam no DNA. Cada região do planeta tem seu próprio conjunto de indels na população -alguns são típicos da África, outros da Europa. Dependendo da combinação deles no genoma de um indivíduo, é possível estimar a proporção de seus ancestrais que vieram de cada continente.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Links

Caríssimos,
Clicando aqui você terá acesso a informações sobre a Guerra dos Bôeres, a Questão de Suez e a Questão Marroquina.
Sobre os conflitos na Ásia, use como fonte de pesquisa o seu livro didático. Nada impede, contudo, que você, caso conheça outras fontes, possa utilizá-las!
Bom estudo!!!!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Tarefinha da semana - Imperialismo

01) Defina o conceito de capitalismo monopolista

02) No final do século XIX, as potências europeias exerceram sobre regiões africanas e asiáticas um domínio que ficou conhecido como domínio imperialista. Defina o imperialismo e caracterize esse domínio.

03) A Segunda Revolução Industrial, a partir de 1860, impulsionou o crescimento da produção industrial e do nível de consumo das sociedades industrializadas. No entanto, a relação entre capacidade produtiva das indústrias e o nível de consumo da população gerou um desequilíbrio. Explique as causas desse desequilíbrio.

04) Quais os interesses das potências imperialistas no domínio dos territórios africanos e asiáticos?

05) Observando o mapa que está no blog, responda:

a) A partilha do continente africano pelas potências europeias foi decidida em qual conferência?

b) Qual o principal objetivo dessa conferência? Ele foi alcançado?

06) No nosso blog,no post Imperialismo 2, há dois links para notícias que informam sobre massacres de populações africanas no Sudão e no Quênia. Leia as notícias e responda:

a) Os territórios do Sudão e do Quênia estavam sob domínio de qual nação imperialista no final do século XIX?

b) Explique os ódios de origem étnica que marcam muitos países africanos levando em conta o processo de partilha do continente estabelecido na Conferência de Berlim.

07) Como as potências imperialistas justificavam, no final do século XIX e início do século XX, o domínio sobre os territórios africanos e asiáticos?

08) Na pagina 420 do seu livro de história há um quadro que mostra as diferenças entre o Antigo Colonialismo e o Novo Colonialismo. Escreva no seu caderno três diferenças entre o antigo e o novo colonialismo.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O IMPERIALISMO 2

O Nacionalismo, ideologia que marcou profundamente os países europeus no século XIX e XX, e que impulsionou as Guerras de Unificação da Itália e da Alemanha também contribuiu para as rivalidades entre as potências imperialistas e para as desconfianças mútuas entre elas. Grosso modo, o nacionalismo buscava difundir entre os povos o "orgulho nacional". Para difundir esse orgulho nacional era fundamental a expansão econômica, o que naquele contexto significava a expansão imperialista. Desse modo, disputas econômicas entre empresas monopolistas de países rivais transformaram-se em disputas políticas, tendo como pano de fundo o nacionalismo.

Quando no final do século XIX a Alemanha começou a obter um significativo crescimento industrial tornando-se uma ameaça à hegemonia britânica na Europa, iniciou-se entre essas duas potências uma forte disputa econômica que ganhou contornos políticos com o discurso nacionalista de seus governantes. Em síntese: O nacionalismo difundiu entre as nações europeias a crença no orgulho nacional e pretensões de grandeza nacional. Disputas econômicas entre empresas monopolistas se transformaram, pela ação dos governantes que adotaram um discurso nacionalista, em disputas entre nações.

A CONFERÊNCIA DE BERLIM



No post abaixo, há um mapa do continente africano onde se vê a partilha da África pelas potências europeias. Essa partilha foi decidida entre 1884-1885, na Conferência de Berlim. Nessa conferência, havia 14 países europeus, mais os Estados Unidos.

O objetivo principal da Conferência de Berlim era o de evitar conflitos armados entre as potências pelos territórios africanos. Observando o mapa, fica claro que França e Inglaterra foram as principais beneficiadas dessa partilha, o que causou um forte descontentamento à Alemanha e à Itália. Ou seja: a conferência que tinha como finalidade resolver conflitos e encerrar a disputas por colônias na África não alcançou o seu objetivo.
A partilha da África pelas potências na Conferência de Berlim não levou em conta as particularidades das populações do continente. Dessa forma, a partilha arbitrária do território africano criou situações potencialmente perigosas, como a presença de etnias rivais num mesmo território colonial. Enquanto houve o domínio imperialista, essas etnias foram mantidas, pelo uso da força, sob controle. Após o processo de descolonização do continente, após a Segunda Guerra Mundial (1945) os ódios seculares entre essas etnias se manifestaram com fúria.


A MISSÃO CIVILIZADORA OU O FARDO DO HOMEM BRANCO.

Hoje em dia causa-nos indignação a ideia de que existam raças ou povos superiores aos outros. Aliás, os avanços na genética já comprovaram que o conceito de raça não se sustenta cientificamente. Mas no final do século XIX, as teorias racistas foram bastante aceitas. Segundo esses teóricos, a raça branca - europeia - era, pelas conquistas tecnológicas e pelos avanços científicos, superior às demais raças. Baseadas nessa crença, as potências imperialistas legitimavam o domínio sobre o território africano e asiático com o argumento de que estariam levando o progresso e o desenvolvimento, enfim, estariam levando a civilização a povos inferiores e atrasados. Essa crença ficou conhecida como missão civilizadora ou o fardo do homem branco.


O IMPERIALISMO 1

No final do século XIX ocorre uma transformação no sistema capitalista caracterizada pela criação de empresas gigantescas que detinham o monopólio nas suas atividades econômicas. É o que se convencionou chamar de capitalismo monopolista. Foi nessa fase do capitalismo que ocorreu o que os historiadores de linha marxista denominaram de Imperialismo.

Uma das formas mais simples para explicar o termo imperialismo é dizer que foi o domínio de potências fortemente industrializadas sobre regiões do planeta não industrializadas. Esse domínio se deu através dos investimentos maciços de capital feitos pelas empresas monopolistas nessas regiões.

Outro aspecto importante do domínio imperialista foi a criação de colônias - sobretudo na África e na Ásia - cuja finalidade era servir de mercador consumidor das suas metrópoles e fornecer matéria -prima para as potências que as dominavam.

Abaixo, duas imagens que ilustram os dois parágrafos acima:



O imperialismo foi consequência direta das ações do capitalismo monopolista que, por sua vez, era exercido por empresas gigantescas, apoiadas pelo governo de seus países e que passaram a atuar em várias partes do mundo.

Mas em que contexto essas empresas enormes surgiram?

A Segunda Revolução Industrial.

Por volta de 1860, a Revolução Industrial, iniciada um século antes na Inglaterra, já havia se expandido para outros países europeus como a França, a Bélgica, a Itália e a Alemanha; e chegado até aos Estados Unidos. Por essa época, a descoberta de novas formas de energia e de novas tecnologias impulsionaram a produção industrial e o nível de consumo. Como exemplos dessas novas descobertas e tecnologias podemos citar:

1- motores a combustão;
2 - motores elétricos;
3 - Indústria Siderúgica
4 - Indústria de Máquinas Pesadas
5 - Indústria Química

Esses exemplos provocaram o que os especialistas denominam de Segunda Revolução Industrial. Caracterizada pela criação de empresas monopolistas, pelo aumento na produção industrial e pelo aumento no nível de consumo.

Outro dado fundamental para a compreensão do imperialismo é entender as consequências do aumento demográfico na Europa a partir de 1870.

O crescimento populacional europeu, em tese, atendia à necessidade de expansão deoconsumo, sobretudo num ambiente de grande produção industrial. No entanto, o nível de consumo da população europeia não atendeu à capacidade de produção das fábricas, causando um desequilíbrio no sistema.

Com o aumento da mecanização nas indústrias e a utilização de novas formas de energia, dando ganho de produtividade e diminuindo a demanda por operários, houve um significativo aumento do desemprego na Europa entre os anos de 1873 e 1885. Não é por acaso que nesse período ocorreu, para diversas partes do mundo, um enorme fluxo migratório da população europeia. Estima-se que entre 1834 e 1914, cerca de 60 milhões de europeus deixaram seu continente e migraram para a Ásia, a América, a África e a Oceania. Desse total, os Estados Unidos receberam a maior quantidade de imigrantess, cerca de 34 milhões entre 1834 e 1914.

Resolvido o problema do crescimento demográfico com a imigração, outro problema a ser resolvido pelos governos europeus em consonância com os interesses das empresas monopolistas, era o de encontrar novos mercados consumidores para os produtos industriais europeus e novas fontes de matérias-primas. É na busca da solução desse problema que ocorre o investimento maciço das empresas monopolistas nas terras africanas e asiáticas. O interesse das potências imperialistas pelo continente africano e asiático explica-se por essa razão, isto é, essas regiões deveriam se tornar - como se tornaram - mercado consumidor de produtos industrializados europeus e fonte de matéria-prima. para as indústrias europeias. Quanto mais territórios essas potências dominassem maiores seriam os lucros. A consequência era óbvia: rivalidade entre as potências imperialistas.